Não sei ao certo. Meus medos caem átona há exatamente todo instante.
As coisas e os fatos são diferentes dos momentos e distúrbios da realidade. Sonhos passam em quanto estou acordada, como em uma tela de cinema.
Sinto-me irreal, o ogro de suas próprias expectativas.
As músicas são a realidade do que os meus olhos não conseguem passar para a fala. As palavras não correspondem, exatamente, a tudo o que queria que fosse. Sinto um distúrbio de mim mesmo correndo por entre as linhas e traços do meu corpo.
Eu me perdi. Vendi-me para um mundo de idéias que não é a minha vida, real.
Agora é tudo tão tarde e vejo todos os erros de um começo que nem teve fim e nem principio.
A minha crença é em um novo tempo, um novo amanhã. Sol brilhante, terra molhada, pássaros cantando e a alegria sobre o ar.
Ser o rei de você mesmo. Ter certeza de sua palavra, porém medo no seu interior. Imagem de forte e grande. Nem muleca, nem mulher. Apenas eu. Ser e estar, criação de atos e gestos, beleza desvirtuada, traços de um dia após outro.
As esperanças não morrem. A alegria sim.
Não basta ter feito muito, apenas pensar muito é o suficiente para mudar muito.
Nesse instante me encontro em um branco solene e desabafo no nada do nada. Vejo pensamentos e todas as palavras ditas, inúteis. Dramatismo.
Sorrir é um meio de espantar perante os outros os fantasmas da própria consciência. Errar e trair, ações inadequadas. Mas quem faz isso não sabe que está se machucando e não faz mal para o outro, apenas a si próprio.
Essas noites de alta liberação de mente são um conforto para o coração, mesmo quando tudo isso para todos não são nada. Não é nada exato, é tudo em códigos. Pensamentos escondidos em todos os cantos.
São, são, são. Tudo é. A palavra que está em cada linha que escrevo é uma critica das criticas e dedos que se apontam.
O mundo é uma grande casa. Talvez meio suja, ou muito suja. Mas no fim das contas ninguém ta nem ai pra isso ou quase ninguém. Fazemos e temos de volta o que se foi.
Amar toda essa cultura que existe em mim. Minha cultura particular. Eu me amo... Que ironia!
É um absurdo constante o que vivemos. A falsidade ta em tudo. A raiva aumenta.
Os anos passam e passam. O mar sobe a cada instante e se deixar leva tudo consigo.
Tudo cai na frente do nariz. O tempo é tão e tão estranho.
Quantas vezes é possível caminhar e de repente não chegar a lugar algum, daí cai uma ficha chamado, tempo perdido.
Perder tempo com coisas e ilusões. Cada ser tem seu tempo e sua hora em particular. Quando chegar, vai ser.
Não adianta correr atrás de algo que não é pra ser seu, nem meu. A juventude não é ser adulto. Ser criança com atitude.
Tédio de viver o que te faz mal é insuportável. Queria correr e viajar pelo mundo, sem destino e arriscando a cada instante.
Quero tudo e não faço nada. Preocupar com todos me mata por dentro. Fere-me o sofrimento alheio, quem amo não pode sofrer. A minha tristeza se torna uma dor nisso. Arranca-me o coro ver e não poder fazer nada, me sentir mais inútil do que o costume.
Tudo é um total exagero, assim se torna eu. Criança em pele de cordeiro. E a ciência se torna parte viva de mim. Não cálculos e sim a mente.
A gramática da minha vida é destorcida nesse meio e nada sai conforme. É tudo começo e fim. O meio sou eu no labirinto da razão.
O sono nesse instante me atormenta.
A vida é uma prosa de maus contadores. É viver histórias sobre histórias.
E a vida adulta me atormenta. Ainda não estou pronta para crescer. Ainda sou uma criança a espera de mais um dia. Sendo que não saem da minha cabeça os próximos anos, sem conseguir viver o hoje.
Queria me embebedar, mas tudo o que consigo fazer é me afogar em palavras e segurar o choro para não cair.
Vou esperar mais uma noite passar e notar as diferenças da lua. Amanhã quem sabe, eu não possa ser o super-herói. Talvez quem sabe apenas um pássaro livre, sem grades e que possa cantar para o mundo com sua voz.